Museu da Escrita da Coreia do Sul conta suas histórias através da arquitetura

por Dima Stouhi
Traduzido por Camilla Sbeghen

 

A escrita é um diálogo interminável que conecta uma geração a outra, mantendo a história, a cultura e a informação. No Museu Nacional da Escrita Mundial, as histórias foram construídas em vez de escritas.

Assim como a escrita transcende o autor para outros reinos, os arquitetos e engenheiros da SAMOO propuseram “PÁGINAS”, uma estrutura de roteiros arquitetados que desconecta os visitantes do mundo externo e os introduz a uma excepcional narrativa arquitetônica.


 

A proposta de 16.424 m² para o Museu Nacional da Escrita Mundial (NMWW) pretende criar um espaço de mediação que conecta “pessoas a pessoas, pessoas a museus e museus ao terreno, assim como a escrita e as páginas uniram o passado, o presente e futuro”.

O projeto está localizado em Incheon-si, na Coreia do Sul, em um terreno entre o parque central e a paisagem urbana condensada. As contradições visuais e espaciais entre a paisagem horizontal do parque e a verticalidade monolítica dos edifícios inspiraram os arquitetos a desenvolver uma estrutura que unisse as duas características.


 

A forma curva da estrutura foi inspirada na observação de tudo que cercava o terreno. Caminhos para pedestres, ciclovias e trilhas se cruzam e se dispersam dentro e fora do parque e edifícios, fluindo ritmicamente como hieróglifos. Da mesma forma, as trilhas estarão fluindo dentro e fora do NMWW, esfumaçando as fronteiras entre estrutura e paisagem, e formando espaços flexíveis onde os visitantes podem circular livremente dentro e fora.

Ao entrar no museu, o visitante encontra em uma grande sala com paredes curvas, como se ele tivesse entrado fisicamente na jornada da escrita. Ao longo das paredes curvas da exposição interior, são impressos cenários sequenciais, cada um com a sua própria narrativa.

 

A intenção por trás do projeto é desencadear uma comunicação ativa entre os artigos da exposição e os visitantes, oferecendo uma experiência interativa e pessoal, em vez de um método tradicional de observação.

Programas administrativos de formato retangular encerram as principais áreas ao redor da estrutura, contrariando a forma curvilínea dos espaços expositivos. O salão polivalente está localizado entre o hall e a área de exposições como uma zona de transição, onde ocorrem palestras e performances. A área educacional, embora separada da circulação principal da exposição, pode ser facilmente acessada para oferecer vários programas educacionais. A área da plataforma de carregamento é separada do estacionamento público perto de um espaço de exposição especial, para garantir uma circulação de serviço curta e eficiente.


 

O Larchvium (Biblioteca + Arquivo + Museu) surge onde a biblioteca e a área de armazenamento se sobrepõem. Os arquitetos abriram o teto da área de armazenamento, permitindo a conexão visual com o espaço de exibição acima. Dessa forma, juntamente com a biblioteca, todo o espaço se torna uma nova exposição interativa.

 

A proposta para o Museu Nacional da Escrita Mundial ganhou a medalha de prata do IDA Design Awards de 2018 em Arquitetura, na categoria de “Projetos Conceituais”.

 
 

Disponível em: www.archdaily.com.br/br/922518. Acesso em: 15/10/2019.